Sobrecarga no trabalho doméstico, exposição à violência, dificuldades econômicas, racismo estrutural e institucional. A pandemia do novo coronavírus piorou a situação social das mulheres brasileiras, desproporcionalmente afetadas pelo isolamento, pela falta de renda e pelo acúmulo de demandas.
Neste período em que o cotidiano se desmontou, o emprego e as chances de renda desapareceram, a desigualdade na divisão do trabalho doméstico jogou sobre as mulheres o peso de reorganizar a vida da família, de cuidar da casa, das crianças e pessoas idosas.
O cenário difícil pelo qual passamos, mostrou a importância de defender e lutar pelos direitos das mulheres. O cenário hoje ainda é melhor que há 100 anos, quando começou a se debater com mais efetividade o tema. Apesar de ainda estar longe do ideal, já é possível ver muitas conquistas.
Lei Maria da Penha
Sancionada em 2006, a lei Maria da Penha cria mecanismo para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Foi resultado de uma ampla mobilização da sociedade civil organizada e foi também uma resposta do Estado brasileiro a um antigo pleito: de que a violência doméstica tem impacto social e deve ser punida.
Lei do feminicídio
Sancionada em 2015, a Lei do Feminicídio foi considerada um passo importante por reconhecer a ocorrência de crimes motivadas por questões de gênero: mulheres que foram mortas simplesmente por serem mulheres. A medida alterou o Código Penal para introduzir o feminicídio como um agravante do crime de homicídio. A pena pode variar entre 12 e 30 anos de prisão.
Políticas públicas de educação infantil
A educação das crianças não deve ser entendida como uma responsabilidade das mulheres, obrigadas a se desdobrar para equilibrar vida profissional e cuidados familiares. Longe disso, deve ser vista como um dever da sociedade — e uma preocupação que cabe também aos homens:
Mulheres em posição de destaque e com poder econômico
Quando as ideias feministas começaram a ser discutidas no Brasil, no início do século XX, o país era iminentemente agrário e patriarcal. Número reduzido de mulheres exerciam profissões com prestígio social e, mesmo depois de conquistado o direito ao voto, a presença de mulheres na política se manteve reduzida: entre 1932 e 1963, apenas quatro ocuparam assentos na Câmara dos deputados. Hoje, ainda que as mulheres continuem sub-representadas na política, há 77 deputadas no legislativo federal.
“Investir em fortalecer socialmente as mulheres é o caminho para avançar na conquista e garantia de direitos fundamentais da cidadania”, afirma o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior.
Fonte: Sindeesmat