No próximo mês de julho, estaremos celebrando o “Julho Amarelo”, uma campanha que visa combater as hepatites virais. Essa campanha foi estabelecida no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 e tem como objetivo fortalecer as ações de vigilância, prevenção e controle dessas doenças.
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus ou pelo uso de certos medicamentos, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.
Em alguns casos, a doença não apresenta sintomas, mas quando surgem, podem incluir cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
No caso específico das hepatites virais, que são o foco da campanha “Julho Amarelo”, elas são inflamações causadas por diferentes tipos de vírus, classificados pelas letras A, B, C, D (Delta) e E.
Hepatite A: É o tipo mais comum e está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e higiene. Geralmente é uma infecção leve e se cura sozinha. Existe uma vacina disponível.
Hepatite B: É o segundo tipo mais comum e é transmitida principalmente por meio de relações sexuais e contato sanguíneo. A melhor forma de prevenção é a vacinação, juntamente com o uso de preservativos.
Hepatite C: É transmitida principalmente por contato com sangue. Atualmente, é considerada a maior epidemia da humanidade, sendo cinco vezes mais comum que o HIV/AIDS. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado e pode levar à cirrose, câncer de fígado e morte. Infelizmente, ainda não existe vacina para esse tipo de hepatite.
Hepatite D: É causada pelo vírus da hepatite D (VHD) e ocorre apenas em pacientes já infectados com o vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B também protege contra a infecção pelo vírus da hepatite D.
Hepatite E: É causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e é transmitida principalmente por via oral, por meio do consumo de água ou alimentos contaminados. Esse tipo de hepatite pode causar grandes epidemias em algumas regiões. Embora a hepatite E não se torne crônica, mulheres grávidas infectadas podem apresentar formas mais graves da doença.
Formas de transmissão:
As hepatites virais podem ser transmitidas de diferentes formas, como através do contato oral-fecal, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico, higiene pessoal e dos alimentos. Além disso, podem ser transmitidas por meio de relações sexuais desprotegidas, contato com sangue contaminado (compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos perfuro-cortantes), transmissão vertical (da mãe para o Formas de transmissão bebê durante a gravidez), e também por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados.
No passado, a transmissão por transfusão de sangue era mais comum, mas hoje em dia é considerada rara devido aos avanços no controle e nas tecnologias de triagem de doadores, além da implementação de sistemas de controle de qualidade mais eficientes.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Os vírus da hepatite D e E também estão presentes, mas com menor frequência.
É importante ressaltar que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para todos os tipos de hepatite, independentemente do grau de lesão no fígado.
Um dos grandes desafios é a falta de conhecimento sobre a existência dessas doenças. Por isso, é recomendado que todas as pessoas com mais de 45 anos de idade façam o teste gratuitamente em qualquer posto de saúde. Caso o resultado seja positivo, o tratamento está disponível na rede pública de saúde.
Prevenção das hepatites virais:
Hepatite A: A vacina contra a hepatite A é altamente eficaz e segura, sendo a principal medida de prevenção. Além disso, é importante lavar as mãos com frequência, especialmente após usar o banheiro, trocar fraldas e antes de manipular alimentos. Utilizar água tratada para lavar os alimentos consumidos crus, cozinhá-los adequadamente e higienizar pratos, copos, talheres e mamadeiras também são medidas importantes. Evitar o contato com águas contaminadas e adotar práticas de higiene rigorosas em creches, pré-escolas, lanchonetes e restaurantes também são recomendados.
Hepatite B: A vacinação é a principal medida de prevenção contra a hepatite B e é altamente eficaz e segura. Além disso, é fundamental usar preservativo em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos pessoais, como lâminas de barbear, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagens e colocação de piercings. É importante realizar a testagem para hepatites B e C, HIV e sífilis durante o pré-natal, e seguir as recomendações médicas caso o resultado seja positivo, pois a transmissão para o bebê pode ser prevenida.
Hepatite C: Não existe vacina para a hepatite C. Para evitar a infecção, é importante não compartilhar objetos que possam ter entrado em contato com sangue, como seringas, agulhas, alicates de unha, escovas de dente, entre outros. É essencial usar preservativos nas relações sexuais e não compartilhar objetos relacionados ao uso de drogas. Durante o pré-natal, é fundamental realizar os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis. O tratamento da hepatite C não é recomendado durante a gravidez, mas pode ser iniciado após o parto.
Hepatite D: A vacina contra a hepatite B protege contra o vírus da hepatite D, pois a hepatite D ocorre em pacientes já infectados com o vírus da hepatite B.
Hepatite E: A melhor forma de prevenir a hepatite E é melhorando as condições de saneamento básico e higiene, seguindo as mesmas medidas recomendadas para prevenir a hepatite A.
É fundamental disseminar informações sobre as hepatites virais e incentivar a prevenção entre todos. A conscientização sobre as formas de transmissão e a importância da vacinação são passos essenciais para combater essas doenças.
Durante o mês de julho, participe das atividades do “Julho Amarelo” e ajude a disseminar informações sobre as hepatites virais. Juntos, podemos combater essas doenças e proteger a saúde de todos.
Lembre-se: prevenir é o melhor caminho. Cuide da sua saúde e ajude a construir um futuro livre das hepatites virais.
Fonte: Sindeesmat