Em discurso nesta quinta-feira, 13, no Palácio do Planalto, durante o evento “Diálogo com os Movimentos Sociais”, falei que “somos todos construtores da democracia”, alertei contra a onda de intolerância e a agenda de retrocesso e falei, também, em “ir para as ruas com armas nas mãos se tentarem derrubar Dilma”.
A frase mais destacada da minha fala de quase oito minutos foi justamente a que citava as armas. Foi entendida como um chamado à violência, ao uso de armas de fogo. Qualquer sindicalista sabe que quando nos referimos a usar “todas as armas que forem necessárias”, estamos nos referindo às armas da democracia, que é a luta por direitos, a mobilização organizada, democrática, com respeito às diferenças.
A CUT não pratica nem incita à violência. Muito pelo contrário, temos feito vários alertas contra a onda de ódio e intolerância que veem sendo diariamente estimuladas nos últimos meses pelos opositores do governo.
Nossas armas, todos sabem, são o poder de convencimento, a organização, a formação política, a mobilização, o debate de ideias, a ocupação dos espaços, seja as ruas, sejam os locais de trabalho, a greve geral, essa sim a nossa maior arma.
É absolutamente comum a maioria das pessoas usarem de retórica quando fazem discursos para enfatizar uma situação, em especial em momentos como este que estamos vivendo de crise política que afeta toda a sociedade.
E, para encerrar, gostaria de lembrar aos que tentam criminalizar minha fala que, historicamente, os trabalhadores não empunham armas de fogo, eles são, na verdade, as grandes vítimas deste tipo de violência. Não é essa a prática nem a realidade da CUT. Nosso caminho sempre foi o diálogo para resolução de conflitos. Não é isso que queremos para o Brasil. Estamos sempre prontos para o debate, a negociação e a busca de acordos que garantam os direitos da classe trabalhadora. Esse é o nosso papel.
VAGNER FREITAS
Presidente Nacional da CUT
Fonte: CUT