Com a crise econômica, a taxa de desemprego dos profissionais com ensino superior saltou de 3,4% para 4,6% entre o final do ano passado e começo deste ano. Isso que estes profissionais com maior escolaridade geralmente são os últimos a sentir a piora do mercado e os que menos sofrem com ela.
Com a economia afetada, empresas desvalorizam o papel do trabalhador, que vive com o temor da demissão a qualquer momento, pois existe mão de obra reserva também para os cargos mais qualificados. A velha história de oferta e procura se repete, tanto que os salários de quem entra hoje no mercado é mais baixo que no mesmo período do ano passado.
Muitos patrões acreditam que o trabalhador é descartável e que muitos outros estão à espera da oportunidade de emprego. Assim, as empresas não levam em conta a qualidade dos serviços de tais trabalhadores, o que faz com que eles sejam demitidos com mais frequência. Isso tem um efeito interno nocivo que às vezes passa desapercebido: o desgaste ocasionado pela troca constante de funcionários.
O presidente do Sindicato dos Empregados em Escritórios e Manutenção nas Empresas de Transportes de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindeesmat), Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, ressalta que “as empresas precisam entender que para vencer o cenário de crise, ter profissionais qualificados é essencial para a retomada da economia. O Sindicato lutará para que, nesse momento, direitos não sejam cortados dos trabalhadores”.
Do início do ano até maio, mais de 60 mil pessoas com curso superior foram contratadas. O número corresponde à metade do registrado no mesmo período do ano passado e é considerado o mais baixo em 12 anos. Alguns setores são mais prejudicados e vêm cortando vagas há algum tempo – este é o caso das indústrias e da construção civil, que, juntas, cortaram mais de 11 mil empregos até agora.
Por outro lado, no Paraná, o saldo de empregos formais para trabalhadores com ensino superior é de 7,4 mil em cinco meses – segundo colocado no país, perdendo apenas para São Paulo. Como no resto do Brasil, a área de ensino é a que mais gera empregos qualificados, com 3,3 mil vagas no ano. Mas já se mostram sinais de alerta: em maio, o estado gerou apenas 100 empregos de nível superior no setor.
Fonte: Sindeesmat