O desconhecimento por parte de alguns empregadores traz sérios riscos para a vida do trabalhador. É o caso dos mecânicos, que estão o tempo todo em situação de perigo. A ilusão de que “isso jamais vai acontecer com meu funcionário” faz com que o número de acidentes no trabalho seja maior.
Conforme o anuário da Previdência Social, entre 2007 e 2013, ocorreram 5 milhões de acidentes de trabalho. Desses, 45% terminaram em mortes, afastamento temporário do emprego ou até mesmo invalidez. Por isso, assim como em outras profissões, os mecânicos também precisam utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
As atividades que eles desempenham, como serviços de funilaria, pintura, elétrica, deslocamento de peças pesadas, desmontagem e montagem de componentes exigem atenção e cuidados redobrados.
Conforme estabelece a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a empresa é obrigada a oferecer, gratuitamente, os equipamentos de proteção. Os responsáveis também precisam orientar e treinar os funcionários sobre o uso correto. Se for o caso, também precisa substituir os equipamentos danificados ou extraviados. Em casos de irregularidade, é preciso comunicar o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Do contrário, corre o risco de ser multada.
Quais são os EPIs, e quando usar?
Alguns dos equipamentos recomendados aos mecânicos são os óculos de segurança com proteção lateral completa, os protetores de ouvido, as luvas de lona leve, o avental de lona/impermeável, os calçados de segurança, a máscara semifacial, a máscara para soldador, dentre outros.
Em alguns casos, os EPIs são indispensáveis, principalmente quando o trabalhador precisar verificar itens embaixo do veículo e lixar algumas peças. Quando o profissional vai lixar a pastilha de freios, por exemplo, é preciso muito cuidado, pois algumas possuem amianto. Essa substância, quando inalada em quantidade alta, pode favorecer o aparecimento de câncer.
Se o trabalhador necessita trocar o filtro de combustível, debaixo do carro, os óculos são essenciais. Caso o funcionário esteja sem proteção, o combustível pode espirrar nos olhos. No manuseio de materiais e rejeitos, nos almoxarifados e em outras áreas, os EPIs recomendados são as luvas de raspa, quando o risco for mecânico. Já as luvas de PVC são indicadas para riscos químicos ou biológicos.
Segundo o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, o uso dos EPIs pode ser comparado à utilização do cinto de segurança, pois ambos são obrigatórios. Os empregadores, de acordo com o presidente, são os principais responsáveis por fiscalizar e implementar, no ambiente de trabalho, medidas de proteção e segurança.
“O uso dos EPIs é uma forma mínima de reduzir acidentes. O objetivo é garantir saúde e segurança do trabalhador. No entanto, o uso precisa vir acompanhado de medidas fiscalizatórias e do respectivo treinamento”, orienta.
Fonte: Sindeesmat