O Sindicato dos Empregados em Escritórios e Serviços de Asseio e Conservação de Maringá e Região (SINDEESMAT) manifesta sua profunda preocupação com a atual política monetária conduzida pelo Banco Central do Brasil. A manutenção da taxa de juros básica da economia, a Selic, em níveis elevados nos últimos dois anos tem suscitado debates e críticas intensas, especialmente no que diz respeito ao impacto sobre o consumo e a qualidade de vida dos brasileiros.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), através da sua diretora-técnica, Adriana Marcolino, tem se pronunciado enfaticamente contra a estratégia adotada pelo Banco Central, destacando que um dos principais mecanismos de controle da inflação utilizado pela instituição é a redução do consumo. No entanto, Marcolino sublinha que o grupo de produtos que tem exercido maior pressão inflacionária nos últimos meses é o de alimentos, uma categoria essencial para a sobrevivência e bem-estar da população.

Segundo a avaliação da economista, a política de manter juros altos, com o objetivo de frear o consumo, implica diretamente em uma proposta perversa: a de que os brasileiros devem consumir menos alimentos para que os preços baixem. Essa lógica, conforme argumenta Marcolino, é inaceitável e contrária aos princípios de dignidade e justiça social.

O SINDEESMAT alinha-se à crítica do Dieese, considerando um absurdo a ideia de que a solução para a inflação seja a redução do consumo de alimentos por parte dos trabalhadores e trabalhadoras. A entidade reforça que tal política não só penaliza injustamente a população mais vulnerável, como também ignora as complexidades estruturais da inflação no Brasil, que vai além do simples controle do consumo.

A crítica ao Banco Central, presidido pelo economista Roberto Campos Neto, figura associada ao governo anterior, destaca ainda a necessidade de uma abordagem mais holística e sensível às necessidades da população. Para o SINDEESMAT, é imprescindível que as políticas econômicas sejam repensadas, visando um equilíbrio que não sacrifique a alimentação e a qualidade de vida da população em nome da estabilidade econômica.

Assim, o sindicato se posiciona firmemente contra a atual estratégia de controle inflacionário e defende a adoção de medidas que não impliquem em sacrifícios extremos para os trabalhadores. O SINDEESMAT continuará acompanhando de perto os desdobramentos da política monetária no Brasil e lutando por uma abordagem que priorize o bem-estar social e econômico de todos os brasileiros.

Fonte: Sisndeesmat