O prazo para o depósito da primeira parcela do décimo terceiro salário dos trabalhadores que atuam no transporte público de Curitiba, se encerra hoje (30). Mas não há nenhuma certeza de que esse pagamento será efetuado.
Segundo as empresas de transportes, não há dinheiro em caixa, pois a Urbanização de Curitiba (Urbs) – empresa responsável pelas ações estratégicas de planejamento, operação e fiscalização que envolvem o serviço de transporte público – não fez o repasse dos valores para o setor patronal.
A questão foi levada para a Câmara Municipal, com o intuito de que houvesse um remanejamento orçamentário da Prefeitura. Esses valores, portanto, seriam repassados ao Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC).
Contudo, em uma segunda audiência realizada ontem (29), no Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR), os representantes da Prefeitura informaram que até este momento não há condições de realizar um aporte financeiro nem orçamentário ao FUC para que seja possível arcar com as despesas.
A prefeitura alegou que todo o orçamento do município está comprometido, pois já há solicitações de recursos por parte do setor de educação e da saúde. Na câmara municipal, os vereadores já aprovaram, por exemplo, a postergação do pagamento do terço de férias dos professores, com o intuito de diminuir despesas.
O representante da câmara municipal, vereador Paulo Rink (PR), informou que, dos 36 milhões de reais disponíveis para o orçamento de Curitiba, 11 milhões ainda estão à disposição para que o município discuta qual será o seu destino. Portanto, a briga, agora, ficará entre os setores de educação, saúde e transporte.
Enquanto isso, quem sofre com isso é a população e os trabalhadores. Uma nova audiência foi marcada para hoje (30), às 14h. O intuito é que as discussões de hoje cheguem até as mãos do prefeito e ele decida qual setor receberá prioridade.
Para o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, os trabalhadores não podem sair prejudicados. Em assembleia realizada segunda-feira (28), a categoria decidiu que haverá paralisações a partir de sexta-feira (2), caso a parcela do 13º não seja paga.
“Os trabalhadores precisam ter seus direitos respeitados. Os problemas que dizem respeito às discussões políticas ou orçamentárias precisam ser discutidas antes. Não na hora do pagamento dos salários”, observou.
Fonte: Sindeesmat