Graças principalmente à coragem e à luta das mulheres, situações de discriminação e violência de gênero nos ambientes de trabalho têm sido cada vez mais debatidas em nossa sociedade.
É o caso dos assédios sexuais no trabalho: antes quase sempre ignorados por empresas e patrões, hoje estão sendo alvo de debates e estratégias para serem finalmente eliminados. Você sabe quais instrumentos uma empresa tem para coibir o abuso sobre suas trabalhadoras?
O tamanho do problema
Uma pesquisa do LinkedIn com a consultoria Think Eva apontou que quase metade das mulheres (47%) já sofreram assédio sexual no trabalho.
A maioria são negras (52%), recebem entre dois e seis salários-mínimos (49%) e ocupam cargos inferiores. Os incidentes mais frequentes são a solicitação de favores sexuais (92%), contato físico não solicitado (91%) e abuso sexual (61%).
Apenas 5% delas recorreram à área de recursos humanos e 8% procuraram sistemas de denúncia anônima das empresas.
Entre as principais causas citadas para não levar adiante as denúncias estão impunidade dos agressores (78%), descaso (64%), medo de exposição (64%), descrença dos outros (60%) e medo de demissão (60%).
Ações para combater o assédio
Os números indicam, portanto, ser um problema tanto comum como mal resolvido pelas empresas, que não criam ambientes para coibir essas práticas e permitir que denúncias sejam feitas.
Mas isso não significa que não haja o que fazer, pelo contrário, há muitas estratégias já sendo debatidas e aplicadas em diversas empresas.
Em primeiro lugar, empresas e trabalhadores precisam saber identificar o que é assédio para conseguir evitá-lo. Não se pode naturalizar esse tipo de prática.
Além disso, é preciso entender que esse é um tipo de violência que pode ser complexa. Por isso, as empresas precisam ter canais para receber as denúncias e proteger as vítimas, em vez de culpá-las pelo assédio sofrido, o que ainda costuma ocorrer.
Acima de tudo, é preciso criar um ambiente de inclusão para as mulheres, mostrando que violar seus direitos e sua liberdade é inaceitável.
O Sindeesmat salienta que está à disposição para prestar acolhimento às vítimas, receber relatos e tomar as medidas legais cabíveis. Denúncias podem ser feitas presencialmente na sede do sindicato (Rua XV de Novembro, 266 – Edifício José Loureiro – 10º andar – Centro), ou pelo telefone (41) 3076-9942 e 99645-9957, inclusive anonimamente.
Fonte: Sindeesmat