Pesquisa revela que 67% dos gestores resistem a contratar deficientes. Para profissionais de RH, o motivo é a falta preparação das empresas.
A falta de informação das empresas é o principal fator que dificulta a inclusão de pessoas portadoras de alguma deficência no mercado de trabalho. Essa foi a conclusão de 90% dos profissionais de RH entrevistados numa pesquisa sobre o assunto.
O levantamento, que foi realizado por uma empresa de consultoria especializada nesta área, mostra ainda que 67% dos gestores mostram resistência na hora de contratar deficiêntes e 86% só o fazem para preencher o número de cotas. O assunto foi o destaque do quadro “Sua Chance”, do Bom Dia Cidade, da EPTV, afiliada da TV Globo.
A coordenadora de uma clínica especializada em inclusão social, Claúdia Dubard, conta que há bastante desinformação, principalmente sobre o autismo. “Muitas pessoas precisam ser entendidas em sua história e nas suas capacidades para serem incluídas no mercado de trabalho”.
A resistência de muitos contratantes esta na falta de preparação destes para lidar com as limitações e descobrir as capacidades que esses indivíduos apresentam. Nesse cenário, uma alternativa é ir atrás de clínicas especializadas para ampliar o conhecimento sobre as habilidades dessas pessoas e contribuir para a inclusão.
Um bom exemplo de inclusão é o do Rafael Tomazeli, que é autista e foi contratado como estoquista no setor de distribuição de uma empresa de autopeças.
O gerente, Alexandre Pereira Souza, conta que foi necessário conversar com a clínica que o indicou para entender as limitações dele e trabalhar da maneira mais proveitosa as suas habilidades.
“Conversamos muito com o instituto e com essas informações conseguimos fazer um trabalho muito bom”, disse sobre a parceria com a clínica.
Os outros funcionários que trabalham com Rafael aprovaram a iniciativa da empresa e elogiam o colega que, segundo eles, esta sempre empenhado em fazer as atividades com dedicação, “Agente interage bastante. Ele é muito esforçado, com ele não tem essa coisa de preguiça, quando ele pega para fazer vai até o final”, conta o conferente Jeferson de Campos.
Iniciativas como essa podem ajudar a mudar os resultados nada positivos que a pesquisa sobre inclusão no mercado de trabalho revelou. É necessário que as empresas se adaptem as diferenças para criarem uma cultura que consiga ver as qualidades que a inclusão pode trazer para os negócios.
“Você dando oportunidades para pessoas que necessitam e tem limitações, você consegue melhorar como pessoa também”, aconselha Alexandre Pereira Souza.
Fonte: Portal G1