Quem são os trabalhadores que estão na base de um sindicato? Essa é uma pergunta que precisa estar inclusa no planejamento das entidades sindicais. E para responder a esse questionamento, a Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Paraná (Fetropar), por meio do Instituto São Cristóvão (ISC), realizou, em maio, uma pesquisa com os trabalhadores rodoviários do estado.
O resultado dessa pesquisa passou a ser divulgado em setembro. Para os sindicatos que estão localizados em Curitiba, os dados estão sendo revelados a partir desta semana. No Sindeesmat, as informações sobre a categoria foram divulgadas na terça-feira (6).
A pesquisa é uma forma de verificar se o Sindicato está indo na direção correta, além de ser uma oportunidade de avaliar quais os aspectos que precisam ser melhorados.
Um dos grandes diferenciais no Sindeesmat é a porcentagem de mulheres presentes na categoria. Aproximadamente 30% é formada pelo sexo feminino.
De acordo com os dados apresentados pelo assessor de projetos da Fetropar, Adilton de Paula, em todas as pesquisas realizadas com os trabalhadores rodoviários do Paraná, a porcentagem de mulheres que aparece nos dados é pequena.
“A categoria dos trabalhadores rodoviários do Paraná tem, sim, uma concentração de mulheres. Elas estão presentes nas oficinas, nos escritórios. Por isso, é preciso incorporar as mulheres na rotina dos sindicatos”, considerou.
Nível de escolaridade e problemas da categoria
A categoria dos trabalhadores em escritórios e manutenção pode ser considerada como madura, pois a maior concentração da faixa etária pertence aos trabalhadores que estão entre os 35 e 59 anos.
O nível de escolaridade na categoria também é alto, pois uma grande parte possui o 2º grau completo. O grande destaque fica por conta dos excelentes índices referentes ao pessoal que concluiu o ensino superior. Esse diferencial aparece por causa da atividade desempenhada. É o caso dos trabalhadores que atuam nos escritórios e que necessitam de maior qualificação.
Outro grande diferencial dos trabalhadores representados pelo Sindeesmat é o hábito de leitura do jornal produzido pelo Sindicato – o Mão na Roda. Cerca de 71% deles revelaram que leem o jornal e o consideram um instrumento de comunicação.
A categoria, no entanto, enfrenta um grande problema. Aproximadamente 40% dos empregados revela que vivencia condições de trabalho inadequadas. Esse é um dado, portanto, que necessita de estudo do Sindicato. Outros problemas relatados pelos trabalhadores estão relacionados ao horário de trabalho, ao excesso de horas de trabalho e à pressão por produção e qualidade.
Mais do que simplesmente revelar quem são os representados, os dados da pesquisa poderão ser usados, futuramente, em negociações coletivas e em pautas de reivindicações. O objetivo é melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida.
Fonte: Sindeesmat