Condições de trabalho distantes das ideais, pressão por produtividade, negligência com as normas de ergonomia e jornadas de trabalho extensas. Você consegue imaginar o impacto desses fatores na saúde do trabalhador? Os números do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) conseguem dar uma dimensão.
Em 2017, mais de 83 mil trabalhadores tiveram que se afastar do serviço por causa da lombalgia, conhecida popularmente como dor nas costas. É a doença que mais motiva afastamentos do trabalho no Brasil.
Para os trabalhadores de escritório ou de manutenção, o cenário é ainda mais preocupante. São setores que, geralmente, exigem bastante do corpo humano. Movimentos repetitivos e ambientes insalubres são reclamações frequentes nos ramos.
A Norma Regulamentadora (NR) 17 lista uma série de iniciativas de ergonomia que os patrões devem adotar para amenizar os riscos à saúde do trabalhador. As regras abordam desde o levantamento de cargas até o mobiliário dos locais de trabalho.
Sabe-se, no entanto, que as empresas nem sempre cumprem as determinações da lei. As adequações em relação à ergonomia geram custos com os quais os patrões nem sempre estão dispostos a arcar.
O problema se agrava ainda mais diante do número reduzido de auditores fiscais do trabalho, responsáveis por monitorar se as empresas estão respeitando as leis relacionadas às condições de trabalho. Se a fiscalização é precária, as empresas tendem a ignorar as determinações da legislação sem receio de punições.
Para o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, a quantidade de afastamentos mostra que a saúde dos trabalhadores não é prioridade para as empresas. “A luta por melhores condições de trabalho é constante no sindicato, porque os patrões não estão nem aí para a saúde de seus trabalhadores. Tratar as normas de ergonomia com negligência é um prejuízo direto para toda a categoria”, afirma.
Fonte: Sindeesmat