shutterstock_128025176Nota do Sindicato dos Empregados em Escritório e Manutenção nas Empresas de Transportes de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindeesmat)

Todo final de ano, os trabalhadores que atuam no transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana enfrentam ameaças à manutenção dos direitos trabalhistas. Dessa vez, não foi diferente.

O Sindicato das Empresas de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) chamou o sindicato dos trabalhadores para uma audiência, em 28 de novembro, para informar que não seria possível realizar o pagamento do 13º salário dos funcionários.

Nas três audiências em que a questão foi debatida, estiveram presentes, também, os representantes da Prefeitura Municipal, da Câmara Municipal e da empresa responsável pela gestão do sistema de transporte público na capital – Urbanização de Curitiba (Urbs).

É preciso destacar que um dos sindicatos que representam os trabalhadores, o Sindicato dos Empregados em Escritório e Manutenção nas Empresas de Transportes de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindeesmat), por razões desconhecidas, não foi citado nas matérias sobre os atrasos no pagamento dos salários dos trabalhadores. A entidade representa aproximadamente três mil trabalhadores do setor.

O portal Bem Paraná falou em discussão sobre “o pagamento do 13º salário e das férias dos motoristas e cobradores”. Já o Metro Jornal publicou que motoristas e cobradores ameaçavam fazer greve no transporte coletivo, caso não fossem garantidos os pagamentos do 13º salário.

O que esses veículos informativos esqueceram de mencionar é que existem dois sindicatos que representam os trabalhadores do transporte público. De um lado, está o sindicato profissional dos motoristas e cobradores. Do outro, os representantes dos trabalhadores que atuam nas oficinas e nos escritórios das empresas de ônibus.

Se o motorista possui um papel fundamental para que haja locomoção nas cidades, os mecânicos, os latoeiros, os eletricistas e os demais trabalhadores que estão nos escritórios e no setor de manutenção dessas empresas também são igualmente fundamentais. Afinal, se um ônibus estiver com um pneu furado e não existir um borracheiro para realizar a troca desse pneu, o veículo não será colocado em circulação.

De acordo com o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, essa não é a primeira vez em que os veículos de comunicação deixam de citar a categoria. Em 2015, quando o 13º salário dos trabalhadores foi ameaçado, a questão também foi levada ao Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR) e as partes envolvidas acordaram que seria dado tratamento igualitário para todos os trabalhadores na hora do pagamento de salários e benefícios.

No entanto, motoristas e cobradores tiveram prioridade no momento da quitação dos salários.

“Esse tratamento desigual é inaceitável, uma vez que todos os trabalhadores são prejudicados com a falta de pagamento. Além disso, não é porque os nossos representados estão dentro das empresas que não podemos participar de um movimento organizado, com o intuito de lutar por direitos”, considera.

Diante de toda essa situação, o presidente considera que é indispensável rever esses conceitos e que todos os trabalhadores, independentemente da função, sejam respeitados.

Fonte: Sindeesmat