Nesta quarta-feira (9) os trabalhadores em escritório e manutenção da empresa Araucária Transporte Coletivo fecharam a garagem em busca do pagamento atrasado do salário de novembro.
Desde o começo da manhã, o Sindicato dos Trabalhadores em Escritório e Manutenção nas Empresas de Transportes de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindeesmat) esteve em frente às unidades matriz e filial da empresa para dialogar com a categoria sobre a importância da mobilização e também cobrar dos patrões o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Diante do descaso da direção da empresa com os trabalhadores e o Sindicato, a categoria bloqueou os portões da filial para a entrada e saída de ônibus e funcionários.
Buscando tencionar movimento, os gestores da Araucária chamaram a Polícia Militar (PM), mas o Sindicato conversou com os policiais, esclarecendo que se tratava de uma mobilização pacífica dos trabalhadores exercendo seu direito de greve.
Além da Araucária matriz e filial, os trabalhadores das empresas CCD Transporte Coletivo e Auto Viação São José filial até agora também não receberam seu salário, que deveria ter sido pago no quinto dia útil do mês. O Sindeesmat foi em todas as empresas que não cumpriram com seu dever pressionar pelo respeito aos direitos da categoria.
O pagamento havia sido estabelecido em reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT-PR), realizada na última sexta-feira (4). Nela, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) e a Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) se comprometeram a pagar até a última segunda-feira (7), mas ainda assim o acordo foi desrespeitado pelas empresas.
Para os trabalhadores, a falta do salário traz os mais diversos prejuízos. “Para nós que somos pais de família é complicado não receber. Estou com minhas contas atrasadas, já cortaram o telefone e a internet da minha casa. Muitos colegas estão passando dificuldade sem o pagamento. Nossa situação fica muito difícil”, contou o mecânico da Araucária Newton Luiz Batista.
Com a mobilização da categoria, já no início da tarde a direção das empresas iniciaram o pagamento dos trabalhadores, efetivando os depósitos por ordem alfabética.
Ainda assim, o Sindeesmat comparecerá ao MPT-PR para buscar um acordo garantindo o pagamento integral a todos os trabalhadores e que nenhum sofra qualquer tipo de punição pelas empresas.
“Tivemos que paralisar nossas atividades para as empresas respeitarem o trabalhador. Se um empregado não receber ou for punido, nós vamos parar tudo de novo e deflagrar greve”, afirmou o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior.
Além do Sindeesmat outras entidades também se solidarizaram com a luta da categoria, como o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais Curitiba (Sismuc), o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Curitiba e Região Metropolitana (Sintracon-Curitiba) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT-PR).
Fonte: Sindeesmat