Dando continuidade às lutas em defesa da categoria, em 19 de janeiro, o Sindicato dos Empregados em Escritório e Manutenção nas Empresas de Transportes de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindeesmat) compareceu mais uma vez ao Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) para tratar dos pagamentos dos trabalhadores.
Na audiência, o pagamento do adiantamento salarial em 20 de janeiro foi o principal tema discutido entre os trabalhadores, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) e a Urbanização de Curitiba S. A. (Urbs).
Mais uma vez, o Setransp afirmou que não consegue arcar com os encargos trabalhistas porque não tem recursos suficientes, já que, segundo o Sindicato, a tarifa técnica está defasada. Mas, para a Urbs, trata-se de mau planejamento das empresas.
“Existe um contrato licitado e a Urbs o está cumprindo rigorosamente. Se as empresas não estão conseguindo cumprir as regras contratuais é porque não fizeram o devido estudo, quando da participação na licitação, para ver se elas conseguiriam cumprir o contrato”, destacou a representante da Urbs.
O valor total dos adiantamentos salariais das empresas urbanas – já que a maioria da região metropolitana está em dia – é de R$ 4,8 milhões, de acordo com o Sindicato patronal, mas, segundo o Setransp, as empresas estão com o caixa praticamente zerado.
Sem mostrar maiores preocupações com a situação dos trabalhadores, ao final da audiência, a proposta feita pelo Setransp – mesmo diante do aporte emergencial de R$ 1,6 milhão oferecido pela Urbs – foi de parcelamento do pagamento em três dias, sendo quitado até sexta-feira (22).
PREJUÍZO
Para os trabalhadores, a instabilidade nas empresas que tratam seus funcionários com descaso traz prejuízos para sua vida profissional e pessoal – já que, além da falta de motivação no trabalho, a falta de dinheiro interfere no pagamento de contas e de insumos básicos da família.
“Para nós, é muito complicado não ter dia certo para receber. As nossas contas vencem sempre no mesmo dia e ninguém quer saber se nós recebemos o salário ou não; se não tiver dinheiro, nós pagamos juros e multa. Eu que trabalho nos Recursos Humanos (RH) vejo muitos trabalhadores reclamando do salário, esse é um problema que afeta a todos”, afirma o trabalhador da empresa CCD Transporte Coletivo Gilmar Moreira Cabral.
Fonte: Sindeesmat
